manual do progenitor valentaço

Andava eu e o Ramiro Porteleira (pai do Severiano dos 18 anos) pelo chiado, de alfarrabista em alfarrabista, quando deparámos com este livrinho que vem mesmo a propósito e do qual tirei algusn excertos ad hoc. Chama-se "Paternidade Valente" e é de finais de 67 ... o título induz em erro, por má tradução do título original alemão "Ravensburguer Ditriebssatlung", uma típica referência aos estilo sulista da baviera (agradeço confirmação). Correctamente seria "Paternidade do Valente", uma vez que o amigo, Dussel Vallent, lhe serviu de inspiração.

Herbert Ilmasseng, indivíduo de magníficas células procarioNtes, concede-nos aspectos relevantíssimos do seu estudo e avança algumas dicas de fácil assimilação, que vêm bem a propósito, agora que estamos a pouco mais de 24h da desiderata chegada a Sta Apolónia.
Mais do que um compêndio paternalista, este livro define, em traços pragmáticos mas ao mesmo tempo academicamente rigorosos, as premissas que o indivíduo possuidor de filhos deve ter, para ser "duro comás pedras e insensível cómó lacrau" no memento de um reencontro.

Algumas partes:

"no reencontro, o pai deve manter-se hirto e, numa atitude confiante, distante e desapaixonada, deverá beijar o filho na testa, ao mesmo tempo que a cabeça do petiz se encontra ladeada pelas palmas das duas mãos, em apoio físico (não sentimental) inequívoco."

outro, relativo ás mães:

"A mãe, devidamente ataviada e de saia até ao calcanhar, deverá soltar um suspiro profundo imediatamente antes de vislumbrar alguma parte do corpo da descendente a sair da composição ferroviária. Só depois deverá proceder ao ósculo, nas devidas proporções maternais, ou seja, repenicado em duas doses equivalentes para cada face, ao mesmo tempo que poderá emitir um ´divertiu-se?´ ou um ´a menina está toda suada, que maçada´"."

Deixo-vos com mais um texto e correspondente ilustração, que as há para cerca de cem, no referido livro:

"na altura da chegada da composição ferroviária, a mãe deve permanecer de costas para os vidros da carruagem, as suas costas fazendo um ângulo agudo com o plano lateral da carruagem, em atitude participativa para com outros pais, sem qualquer tipo de intenção de se virar, esboçando, sempre que possível, um sorriso entre o lascivo e o indignadamente perturbado. Só quando o petiz estiver completamente isolado dos demais e em atitude perdida, deverá a mãe virar-se para soltar um ´ah, cá estás tu...´". A ilustração que acompanha é bem exemplificativa:

Até loguinho e bjs especialmente para a pt ;o)